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Agentes do Gepa participam de capacitação na UFBA sobre animais peçonhentos

Publicado: 19/05/23

Os agentes do Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), da Guarda Civil Municipal, participaram, nesta segunda-feira (15) e terça-feira (16) de uma capacitação no Núcleo de Ofiologia para Animais Peçonhentos da Ufba, em Ondina. A especialização teve como objetivo preparar e instruir os profissionais sobre como agir em casos de acidente envolvendo cobras, aranhas, escorpiões entre outros animais. Além disso, os agentes participaram de atividade prática para captura dos animais.

O curso também reforçou conteúdos já levados à equipe, em outras oportunidades, atualizando conhecimentos para a atuação junto à comunidade. De acordo com o coordenador do Gepa, Robson Pires, ao todo são 80 horas de treinamento, sendo esta a terceira capacitação dos agentes. “Como o trabalho envolve biologia, os procedimentos podem mudar, a atualização é necessária. Procuramos os parceiros como Ibama, Inema e Ufba para saber o que mudou e melhorar a qualidade do serviço”.

Pires lembra que Salvador possui cerca de 30% de Área de Proteção Ambiental (APA) e uma fauna rica. “Então era uma demanda reprimida que o município tinha e nos propomos a fazer esse trabalho, protegendo o animal e dando segurança ao cidadão, que muitas vezes se depara com as espécies peçonhentas”.

Segundo ele, das quatro espécies mais peçonhentas encontradas no Brasil, três são achadas em Salvador (cascavel, jararaca e coral). “Os acidentes que eles causam podem evoluir para lesão, sequelas graves e até óbito. Além das cobras, os animais silvestres também transmitem doenças”, alertou.

A coordenadora do Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, e do Instituto de Biologia da Ufba, Rejane Lira, explica que a atualização é especificamente sobre serpentes, aranhas e escorpiões. “É fundamental essa atualização, que normalmente ministramos para outros militares e oficiais, que vão à campo fazer o trabalho”, lembrou.

Serpentes – Na abordagem, Rejane utilizou uma pesquisa desenvolvida por uma aluna da Ufba, sobre as cobras capturadas pelo Gepa, entre 2017 e 2022. “Foram quase 600 cobras neste período e vimos na pesquisa que as serpentes capturadas eram, na maioria, sucuris e jiboias, seguidas de jararaca, cascavéis e corais”, revelou. O estudo mostrou ainda que as capturas alcançaram cerca de 100 bairros, de todas regiões da cidade, demonstrando o trabalho intenso da GCM. “A pesquisa mapeou onde elas estão, os bairros e os tipos”, resumiu.

O curso também investiu no entendimento do que acontece depois que o animal chega ao núcleo. “Ontem fizemos a visita ao laboratório, aos documentos de acompanhamento e eles visitaram a nossa coleção de répteis, do Museu de História Natural. Orientamos também sobre o manejo dos bichos, que é importante para a nossa segurança e também da serpente, para que preserve as melhores condições de saúde. As não-peçonhentas, devolvemos para a natureza e as peçonhentas para produção do veneno, que extraímos para a produção do soro antiofídico, além de pesquisas”, concluiu.

Resgates – O Gepa foi fundado em 2014, com a intenção de proteger o patrimônio ambiental, arquitetônico e cultural de Salvador. Uma legislação específica garante o exercício desta função. Desde 2014, o grupamento já resgatou mais de nove mil animais em Salvador.

Frequentemente, a GCM é acionada, através da sua central de atendimento, para fazer recolhimento de animais peçonhentos em áreas residenciais. Os animais resgatados são encaminhados para o Centro de Triagem para Animais Silvestres do Ibama. A Guarda Civil recomenda que, caso um animal silvestre seja avistado, o cidadão deve acionar o Gepa através do telefone (71) 3202-5312.

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